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O Diabo, a Morte e a Censura de Bragança

Na Quarta-feira de Cinzas, na zona histórica da cidade, sai à rua o trio de mascarados constituído pela Morte, pelo Diabo e pela Censura.
A personagem da Morte veste então um macacão preto, com um esqueleto desenhado na frente e nas costas. Ostenta uma gadanha e um chicote para vergastar as moças que capturam e os miúdos que os perseguem conforme podem.

O Diabo veste o mesmo tipo de macacão de cor vermelha e um capuz, ligado ao fato, na cabeça. Na cara uma máscara de lata de cor vermelha, com dois cornos ferro, compridos e retorcidos, à semelhança dos cornos de um touro. Nas mãos leva um pau bifurcado na extremidade superior, em jeito de tricórnio. É com ele que atemoriza as pessoas e do qual se serve para escalar muros e forçar portas e janelas das casas onde o trio atuante pretende entrar para capturar as moças.

A Censura usa o mesmo tipo de roupagem que a Morte; o macacão é de cor cinzenta e as pinturas são constituídas por traços formando desenhos pouco explícitos em relação ao que com eles se pretende representar. Poderá isto querer significar que a Censura não representa nenhuma personagem, real ou mitológica, em especial, mas apenas uma entidade superior que aparece para censurar ou repreender as pessoas pelas suas más ações ou os vícios da comunidade.

Como participantes espontâneos, segue o trio um volumoso grupo de miúdos. Seguem o trio por onde quer que ele vá e gritam, como que a desafiá-lo, gritando: “ó morte, ó diabo, ó censura! ou ó morte, ó lagão, ão, ão!” Também as mulheres participam à sua maneira no ritual, saindo à janela ou às varandas e espicaçando-os, apesar do receio que sentem de que lhes entrem em casa.

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